quarta-feira, 3 de abril de 2024

Maria Florentina Lima Santos | Poeta Sergipana


 

Liberdade aprisionada

 

Ah esse teu olhar! Prisão, cativeiro do meu ser, que embora não haja portas nem grades, sou dominada por uma força que me invade, e me impulsiona assim permanecer.

Fugir? Como? Se estou entrelaçada, enredada no mistério que há dentro do teu ser?

Que olhar é esse? Que me encanta e domina? Fazendo-me sentir uma forte mulher, mas ao mesmo tempo uma frágil e indefesa menina.

Pergunte-me se há em mim o desejo de me libertar, escapar, fugir?

Responder-te-ei:

Não, pois não há outro lugar para aonde eu queira ir.

Meu coração embora seja um refém, cativo, um prisioneiro, decidiu ficar.

Se descobriu completamente preso a você, mas totalmente livre para te amar.

 

Reencontro

 

Ontem deixei meu pensamento vagar, e vagando ele chegou na casa das lembranças, abriu a porta e entrou, lá encontrou um velho conhecido sentado em canto, era ele, meu passado. Cumprimentaram-se, ficaram de papo por longas horas, afinal, tinham muitas memórias pra reviver. E assim permaneceram, rebuscando coisas que nele foram guardadas e outras que foram dadas como perdidas, e depois de perscrutá-lo, pediu licença e adentrou em um dos cômodos, o das histórias inacabadas, grande foi a surpresa, lá estava a nossa história sentada à mesa rabiscando mais um manuscrito a seu respeito, pra falar a verdade, eu achei que ela tinha se perdido, mas o meu velho amigo o tempo, convidou -o para assentar-se e disse, “ nada está perdido, apenas guardado em mim” então sorriu e apontou para o maior e mais aconchegante dos cômodos, nele havia uma enorme janela, seu peitoril eram os medos e desilusões que sofri, cumprimentou a dona saudade que estava abraçada às fotografias, sonhos, canções e fantasias, ficou ali parado, quando viu a sua frente o hall das boas memórias, completamente decorado pelo mais sublime dos sentimentos, o amor.

 

Ainda movido de grande alegria, perguntou para o tempo se ainda dava tempo de voltar, ele disse pode ir, mas tem algo que você precisa levar. Foi até a mesa, pegou nas mãos o manuscrito com algumas linhas a terminar entregando em suas mãos permitindo-o retornar. Então meu pensamento voltou, depois de muito vagar, voltou cheio de vontade de um dia enfim, nossa história recomeçar.

 

Sobre a autora:

Maria Florentina Lima Santos (Flora Lima) nasceu em Aracaju-Se, ama poesia em todas as suas expressões. Poetisa, pedagoga, é membro das academias Municipalista de Sergipe a qual da qual ocupa a cadeira 13 tendo como patrono Carlos Viana e da AFLAS, Academia Feminina de Letras e artes de Sergipe na qual ocupa a cadeira patronímica 10.


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