Liberdade
aprisionada
Ah esse teu olhar! Prisão, cativeiro do
meu ser, que embora não haja portas nem grades, sou dominada por uma força que
me invade, e me impulsiona assim permanecer.
Fugir? Como? Se estou entrelaçada,
enredada no mistério que há dentro do teu ser?
Que olhar é esse? Que me encanta e
domina? Fazendo-me sentir uma forte mulher, mas ao mesmo tempo uma frágil e
indefesa menina.
Pergunte-me se há em mim o desejo de me
libertar, escapar, fugir?
Responder-te-ei:
Não, pois não há outro lugar para aonde
eu queira ir.
Meu coração embora seja um refém,
cativo, um prisioneiro, decidiu ficar.
Se descobriu completamente preso a você,
mas totalmente livre para te amar.
Reencontro
Ontem deixei meu pensamento vagar, e
vagando ele chegou na casa das lembranças, abriu a porta e entrou, lá encontrou
um velho conhecido sentado em canto, era ele, meu passado. Cumprimentaram-se,
ficaram de papo por longas horas, afinal, tinham muitas memórias pra reviver. E
assim permaneceram, rebuscando coisas que nele foram guardadas e outras que
foram dadas como perdidas, e depois de perscrutá-lo, pediu licença e adentrou
em um dos cômodos, o das histórias inacabadas, grande foi a surpresa, lá estava
a nossa história sentada à mesa rabiscando mais um manuscrito a seu respeito,
pra falar a verdade, eu achei que ela tinha se perdido, mas o meu velho amigo o
tempo, convidou -o para assentar-se e disse, “ nada está perdido, apenas
guardado em mim” então sorriu e apontou para o maior e mais aconchegante dos
cômodos, nele havia uma enorme janela, seu peitoril eram os medos e desilusões
que sofri, cumprimentou a dona saudade que estava abraçada às fotografias,
sonhos, canções e fantasias, ficou ali parado, quando viu a sua frente o hall
das boas memórias, completamente decorado pelo mais sublime dos sentimentos, o
amor.
Ainda movido de grande alegria,
perguntou para o tempo se ainda dava tempo de voltar, ele disse pode ir, mas
tem algo que você precisa levar. Foi até a mesa, pegou nas mãos o manuscrito
com algumas linhas a terminar entregando em suas mãos permitindo-o retornar.
Então meu pensamento voltou, depois de muito vagar, voltou cheio de vontade de
um dia enfim, nossa história recomeçar.
Sobre a autora:
Maria
Florentina Lima Santos (Flora Lima) nasceu em Aracaju-Se,
ama poesia em todas as suas expressões. Poetisa, pedagoga, é membro das
academias Municipalista de Sergipe a qual da qual ocupa a cadeira 13 tendo como
patrono Carlos Viana e da AFLAS, Academia Feminina de Letras e artes de Sergipe
na qual ocupa a cadeira patronímica 10.
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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.
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