Dois poemas de Luís Veiga Leitão
LATITUDE
Que nos cubram de ameaças e de espanto
que nos cortem as asas
mas o canto
voa muito mais largo do que as penas
(Poemas do livro “Ciclo De Pedras”,
Editora Portugália, 1964)
PRISIONEIRO
O prisioneiro é como navio
preso ao cais. Amarras de desterro
com ferragens de noites a fio
e redes de ferro.
Do casco que um vento negro impele
caiu-lhe a pintura, o próprio nome.
Mas o mar está dentro dele
e não há força que o dome.
(Poemas do livro “Ciclo De Pedras”,
Editora Portugália, 1964)
Sobre o autor
Luís Maria Leitão, mais conhecido pelo pseudônimo de Luís Veiga Leitão, foi um poeta e artista plástico português, membro do grupo literário Germinal. Foi um militante antifascista, sendo obrigado a exilar-se devido à perseguição pelo Estado Novo.
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