Vera Lúcia dos Santos / Poeta Sergipana
FAGULHAS
Fagulhas
cortantes
Atingem
meu cérebro
E
todo o meu ser.
Labirintos,
corredores minúsculos.
Tontura
e desequilíbrio
Em
frente ao poço.
Solidão
e frio,
Ausência
de sentimentos,
Morte,
Vida,
A
cura talvez!
Enfim,
Choro por ti.
Choro
de emoção!
Dias
difíceis,
Sentimentos
a flor da pele,
Toque
de nostalgia consome o ar,
Lágrimas
rolam sobre lençóis,
Sorriso
fechado em minh'alma,
Um
insistente chamado à dor.
Chuva
cai como navalha,
Orvalho
de pedras pontiagudas,
Solidão
que corta o peito em pedaços.
Olhar
de aço e de fogo
Não
mais me alcançam,
Não
mais me atingem,
Petrifiquei.
DOSES DE
LOUCURA
Quem
me ver assim tão calma,
Tão
passiva e calada,
Não
imagina o turbilhão de delírios
Que
habita em mim.
Silêncios
reprimidos,
Palavras
não ditas,
Movimentos
não ousados,
Pensamentos
insanos!
Misto
de alegria e tristeza,
Fervor
e desinteresse,
Querer
e não querer,
Dilemas
diários de meu ser.
Alucinações
povoam o cenário
De
minha mente volúvel,
Divagando
por campos imaginários,
Deparo-me
com o desejo de te ter,
Volúpia,
tesão, emoção,
Total
estado de desvario,
Significativa
sensação
De
alucinação e de redenção,
Reencontro
de equilíbrio,
Raciocínio
em evidencia,
Levam
à preparação,
Da
diluição da demência.
Sucesso
final sinaliza,
A
certeza de que,
Pequenas
doses diárias de loucura,
Salvam-me
da loucura total.
Sobre a autora:
Vera
Lúcia dos Santos é de São Cristóvão-SE, escritora e
poeta, graduada em Letras, membro da Academia Sancristovense de Letras e Artes
e da Academia Municipalista de Sergipe; membro do Café Poético Sergipano e do
Sarau Sergipano de Mulheres. É Coautora em diversas antologias poéticas e
autora do livro “O Resgate Memorialístico do I Festival de Arte de São
Cristóvão”.
Instagram: @veraluciaescritora
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