Quem eu sou de verdade
“Mulher”
foi a etiqueta que
Ao nascer recebi
"É menina!", disseram
E eu nem mesmo pude reagir
De “Mulher” me chamaram
“Garota”,
“Moça”, “Senhorita”
E a cada palavra impensada
Uma parte de mim perdida
Poucos são os que entendem
Que nada tenho a ver com a mulheridade
Com aquilo que me definiram
Em tão tenra idade
E mesmo aqueles
Que supostamente não me veem assim
E se permitem comigo interagir
Mesmo esses ainda enxergam mulheridade em mim
Talvez em outra vida, em outro corpo
Eu seja vista como sou de verdade
Quem sabe em outro mundo
Ou em outra sociedade
Sobre autoria:
Laila Enby Langhammer (ele/ela) é escritor, poeta, artista. É também uma pessoa não-binária, autista e TDAH. Autor do livro Tudo Aqui Dentro São Cacos e participante da Antologia Pelo Direito de Existir, ambos pela Editora Toma Aí Um Poema, Laila se define como um artista em recuperação, cujo tratamento tem sido as palavras.
Instagram: @umfuturoeeenby
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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.
Instagram: @poesianaalmabr