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Mas quando chega numa sala chamada memória a lembrança se faz intocável / Ruan Vieira

 


EU CHOVO FEITO CHUVA

 

Chove chuva na minha cabeça

Chove chuva no meu olhar

Chove chuva no meu silêncio

Chove chuva no meu gritar

Chove chuva na minha mão

Chove chuva no meu cantar

Chove chuva no meu coração

Chove chuva no meu sonhar

Eu chovo feito chuva

Que chove em seu chover

Eu vivo feito a vida

Que vive em seu viver;

Eu morro feito a morte

Que morre em seu morrer

Eu Sou feito o Ser

Que É em seu Ser!

 

SALAS QUE A GENTE PENSA QUE EVITA, MAS QUASE SEMPRE VISITA

 

A gente até tenta:

Esvaziar a casa

Fazer uma faxina, mudar as coisas de lugar

Livrar-se dos quadros, cartas, retratos

Lavar os lençóis, jogar fora os presentes.

Mas quando chega numa sala chamada coração

A saudade bate mais forte!

Mas quando chega numa sala chamada memória

A lembrança se faz intocável...

Parece que a saudade tem vida

Que sente frio, dor e tem fome

E a gente tem que alimentar

Já a lembrança me parece uma fotografia

Que não se encontra em álbuns de foto

Ou em qualquer galeria de celular

É tão mágica e transcendente

Que, por mais que a gente tente,

Não consegue apagar.

 

PARAFRASEANDO CARLOS DRUMMOND

 

Um dia desses

eu separo um tempinho

e ponho em dia as leituras

que não tenho tido tempo de fazer,

o vinho que não tenho tido tempo de beber,

os amores que não tenho tido tempo de amar,

os sonhos que não tenho tido tempo de sonhar,

E a vida que não tenho tido tempo de viver.

 

Sobre o autor:

Ruan Vieira é natural de Aracaju/SE, autor dos livros de poemas "Libertos pela Poesia" - 2022 (Editora TAUP) e "Amor à flor da pele" - 2023 (Editora Frutificando). Por influências literárias e, principalmente, musicais, Ruan Vieira mergulhou na poesia.

Instagram: @libertospelapoesia

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

Instagram: @poesianaalmabr