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Nunca acordei com esse dizer de que mãe é sagrado | Maria Luiza

 


EVITERNA

 

na falsa fé faz-se o espírito

no retalho de seus restos

o santo.

 

mas santa mesmo é a magia

que carrego entre as pernas

destilando seu milagre

 

que de tanto em tanto

faz-se rubro

 

— sangro sem morrer.

 

 

NUNCA ACORDEI COM ESSE DIZER DE QUE MÃE É SAGRADO

 

nunca acordei com esse dizer de que mãe é sagrado

visto que a maternidade se faz puro pecado

da excessividade à abstenção

antítese de santo

não vive de paraíso

queima enquanto herege

o segundo mandamento

amando outrem

muito mais que a si mesmo.

 

Sobre a autora:  

Maria Luiza dos Santos Anselmo, nasceu em 21 de abril de 2004, recifense e pernambucana, autora da obra De corpo, verso e alma (Viseu, 2022), acredita somente ter advindo ao mundo no instante em que se entregou à arte; apaixonada por Clarice Lispector, aos 15 foi encontrada pelos versos, adindo às linhas seu avesso em matéria.

Instagram: @eagoralulu

(Texto selecionado para o projeto Leitura Feminista, iniciado em 2019, em parceria com o blog Barda Literária que este ano, no mês de março, apoiará poetisas)


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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

Instagram: @poesianaalmabr