A cajuína que desce / Mayara Cassiano
FLOR
Eu flor
Tu flores
Ele flora
Tu flora flor em dor
Espinho doce
Cheira a amor
Ele flora e eu flor
Floreia amor
Tu flores
Eu fores
Eu chamo flor
Tu chama...
Odores por onde for
A flor morre
Eu flor
Tu fores.
LÁGRIMA(S)
A cajuína que desce (dos olhos)
rega o rosto ainda incrédulo
da emoção iminente
a combustão sutilmente
fla-me-ja
crepuscula a noite
e embebeda o dia
em goles não moderados
a cajuína é expelida
sem barreira
ela cai
brota dos olhos
gota
após
gota
é linda sua superfície:
cris-ta-li-na
reflete a nós mesmos
em um líquido incolor
inodoro
porém, tem o gosto exato da sensação
que é provocada no revés da alma:
o choro é essa confusão, sem palavras,
previamente estabelecida
na inquietude de se fazer existir
basta existir
que sentimos a dor no todo
e no tudo "de nada"
de algumas gotas
de lágrimas.
Sobre a autora:
Mayara
Cassiano de Sene Oliveira, 33 anos, de Teresina(PI). Graduada
em Letras-Potuguês, desperta, através da escrita, os eus comunicáveis.
Instagram @ mayaracass
Não sou chegada a poemas, mas alguns realmente surpreendem. Adorei esses que você selecionou, especialmente o das flores. É ao mesmo tempo simples e tão profundo, que toca na alma.
ResponderExcluirBjks!
Mundinho da Hanna
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que lindos, me lembrou um pouco uma autora que amo ryane leão <3 e me dão aquela sensação de adolescência que eu amo sentir.
ResponderExcluirOiii. Adorei conhecer esses dois poemas da autora, ainda mais no dia 12/06. Achei especial! Linda composição. Toca a alma. Muito sucesso pra Mayara!
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