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Fomos um poema curto / Aline Guimarães

 



ESQUEÇAM-ME

 

Mas não somente dos momentos ruins

E das horas tolas

Esqueçam-me

Por completo, das risadas e das companhias boas

Esqueçam-me

Todo dia, um pouco e cada vez mais

Até me perderem por completo

Então, somente assim

Perceber-me-ão inteira

 

NÓS

 

Fomos um poema curto

Escrito por mim com minhas palavras mais belas

Por você, com um ponto final

Eu demorei a perceber

Que apesar de saber ler

Você não sabia escrever

Fomos um início

E um fim

Apenas

 

INSTANTE

 

Existe algo especial no cheiro do tempo das coisas guardadas

Uma validade no imaterial que não expira

Como naquele batom antigo de sua mãe

Na maleta de ferramentas do seu pai

O afeto olfativo da casa dos seus avós

Eu sempre me interessei pela arqueologia na poeira das memórias

E no sentido ilógico dos objetos acumulados nas caixas de quinquilharias

Uma lata enferrujada

Pequenas fotografias da família inteira

Papéis ilegíveis aquarelados pela vida

A primeira roupa de alguém

Um pedaço de cabelo

Neste século de vivências líquidas

Não há tempo, não há espaço

Não haverá caixa minha empoeirando em um canto

Quem irá se lembrar de mim quando eu não estiver aqui para atualizar meu feed?

 

Sobre a autora

Aline Guimarães é mestre em Comunicação e somente agora, aos 34 anos, decidiu perseguir sua paixão pela escrita. Atualmente, reside em Lisboa (Portugal), mas é carioca criada em Niterói. Sua escrita surge de um lugar muito pessoal e ainda rústico. Escrevo porque as palavras me transbordam e antes que minha memória falhe.

 

Instagram: Aline Santos (@aliensanti)

Facebook: Aline Santos

18 comentários:

  1. Oi Lilian!!

    Esse "Nós" bateu com força aqui viu? Puts, meio que vivenciei o poema isso doeu um pouco rsrs!! Também gostei muito de "Esqueça-me" é tão difícil esquecer, principalemnte quando foi bom. ahh adorei os poemas dessa vez!

    Beijos!
    Eita Já Li

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  2. Aah qhe lindos esses poemas. Em especial o primeiro e o terceiro.. amo quando memórias e afins são expostas em palavras de maneira tão poética...

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  3. Lindas essas poesias, menina. Não conhecia a autora, mas espero que ela permaneça na carreira, escrevendo mais poemas curtos, porém cheios de sentimento e mensagens importantes.
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
    Pinterest | Instagram | Skoob

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  4. Olá!

    Que poemas lindos, o "Nós" tocou em um lugar especial na minha alma. Essa autora é realmente muito talentosa, amei.

    Beijos
    Leitura Terapia

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  5. Achei interessante que aos 34 anos a autora embarcou nessa aventura da escrita! Na flor da idade, eu diria. Muito interessante saber como a escrita
    dela surge de um lugar muito mais pessoal e ainda rústico até. Eu sou fãs de escritas mais poéticas e intimistas.

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  6. Oi, tudo bem? Gostei bastante da seleção de hoje. Creio que não é fácil simplesmente pedir para o outro esquecer tudo aquilo que vivemos. Algumas pessoas, mais do que outras têm uma memória de longo prazo e não conseguem esquecer absolutamente nada. Quando um relacionamento termina segue guardando todas essas memórias. Um abraço, Érika =^.^=

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  7. Oi, tudo bem? Gostei bastante da seleção de hoje. Creio que não é fácil simplesmente pedir para o outro esquecer tudo aquilo que vivemos. Algumas pessoas, mais do que outras têm uma memória de longo prazo e não conseguem esquecer absolutamente nada. Quando um relacionamento termina segue guardando todas essas memórias. Um abraço, Érika =^.^=

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  8. Amei os poemas. Meu preferido foi o Nós. E preciso dizer... AMEI a foto. Cabelos liiindos.
    Parabéns a autora por conseguir tocar o íntimo do leitor com um texto conciso.

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  9. Oi Lilian!

    É muito bom visitar seu blog para ler poemas e conhecer autores independentes. Adorei os três poemas, mas o Instante conseguiu mais destaque. Lembrei especialmente da minha mãe. Adorei!

    Bjos
    https://consumidoradehistorias.blogspot.com/

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  10. Esqueçam-me. Perfeito, mesmo porque por mais que peçamos alguém acabará lembrando, nem que seja pelo pedido feito. Abraços.

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  11. Apreciando os poemas!

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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