Sou a mulher que se mata por amor
Sou a mulher que se mata por amor a
ti
e a mulher por amor de quem se morre
Sou o rapaz que há como uma água
turva
na mulher por quem se morre
o bucal húmido do telefone onde ela
expia
pensamentos violentos como plumas
Sou a pluma que lhe abre os lençóis
a lasca de madeira sobre a mesa
a lâmina à espera
que a nudez dê frutos
Sou aquilo que fere o rapaz
e a roupa que o tapa
Sou o brilho da janela onde a mulher
se balança
(Andreia
C. Faria, in Flúor, Edição Textura, 2013)
Sobre
a autora: Andreia C. Faria nasceu no Porto, em 1984. Publicou em
2008 o seu primeiro livro de poemas, De haver relento (Cosmorama Edições).
Seguiram-se Flúor (Textura Edições, 2013), Um pouco acima do lugar onde melhor
se escuta o coração (Edições Artefacto, 2015) e Tão Bela Como Qualquer Rapaz
(Língua Morta, 2017), que norma o Prémio SPA 2017 para Melhor Livro de Poesia.
gostei do título da poesia, de certa forma me identifiquei de algum jeito. com ela por inteiro e principalmente o se matar por amor.
ResponderExcluirPoema lindo e com significado profundo! Não conhecia a autora, vou procurar mais de sua obra!
ResponderExcluirBjs
Lucy - Por essas páginas
Que belo poema! Ainda não conhecia a autora, mas é intensa! Quero conhecê-la mais!
ResponderExcluirQue poema lindo! Não conhecia o trabalho da autora ainda, mas achei o poema intenso e ao mesmo tempo muito sensível. Amei!
ResponderExcluirBeijos
Olá!
ResponderExcluirPoesia não precisa fazer sentido literal e sim tratar de sentimento. Eu gostei muito do que encontrei dentro de mim lendo esse poema.
Beijos
Leitura Terapia
Que perfeicao.. poesia lusitana, né? Amei os títulos de suas publicações
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