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porta a que não voltaremos / Inês Lourenço



Nunca se sabe

quando estamos num lugar

pela última vez. Numa casa

que vai ser demolida, numa sala

provisória que vai encerrar, num velho

café que mudará de ramo, como

página virada jamais reaberta, como

canção demasiado gasta, como

abraço tornado irrepetível, numa

porta a que não voltaremos.

 

(Inês Lourenço nasceu no Porto em 1942. Poeta, é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas – Estudos Portugueses –  pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto)

3 comentários:

  1. Que bela poesia! No momento que estamos vivenciando ela tem um significado ainda mais essencial, demonstrando a realidade que por vezes é muito triste. Tantas pessoas que não veremos mais e lugares que não serão mais os mesmos ou que até mesmo serão inexistentes.

    Att,
    Andy - StarBooks

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  2. Oi, tudo bem? Adorei o poema, acho que é singelo e profundo ao mesmo tempo, pois, realmente, às vezes não nos damos conta que o momento presente vai afetar o futuro. A gente sempre acha que aquilo que vê é pra sempre assim, sem perceber que tudo pode mudar no dia seguinte. Nossa, me deu uma baita melancolia (mas gostei mesmo assim!). Obrigada por espalhar poesia!

    Love, Nina.
    www.ninaeuma.blogspot.com

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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