porta a que não voltaremos / Inês Lourenço
Nunca
se sabe
quando
estamos num lugar
pela
última vez. Numa casa
que
vai ser demolida, numa sala
provisória
que vai encerrar, num velho
café
que mudará de ramo, como
página
virada jamais reaberta, como
canção
demasiado gasta, como
abraço
tornado irrepetível, numa
porta
a que não voltaremos.
(Inês Lourenço nasceu no Porto em 1942. Poeta, é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas – Estudos Portugueses – pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto)
Que bela poesia! No momento que estamos vivenciando ela tem um significado ainda mais essencial, demonstrando a realidade que por vezes é muito triste. Tantas pessoas que não veremos mais e lugares que não serão mais os mesmos ou que até mesmo serão inexistentes.
ResponderExcluirAtt,
Andy - StarBooks
Obrigada pela interação.
ExcluirOi, tudo bem? Adorei o poema, acho que é singelo e profundo ao mesmo tempo, pois, realmente, às vezes não nos damos conta que o momento presente vai afetar o futuro. A gente sempre acha que aquilo que vê é pra sempre assim, sem perceber que tudo pode mudar no dia seguinte. Nossa, me deu uma baita melancolia (mas gostei mesmo assim!). Obrigada por espalhar poesia!
ResponderExcluirLove, Nina.
www.ninaeuma.blogspot.com