Resenha – O Caminho da Individuação
Dr. Murray Stein psicólogo junguiano
A individuação na Psicologia Analítica Junguiana
é um processo de desenvolvimento da personalidade em que a consciência se
individualiza. Isso significa que independente do contexto social, classe e
conhecimento intelectual, cada pessoa vai desenvolver suas próprias características
da personalidade.
Esse processo não é um isolamento, mas uma
construção de relacionamento coletivo mais intensa porque a individuação surge
a partir de aspectos fisiológicos, biológicos, culturais, ancestrais,
geográfico, políticos, etc.
Em suma, o princípio de individuação define algo essencial a respeito do ser humano. É um impulso absolutamente fundamental no sujeito humano para se diferenciar do que está ao seu redor. (...) Ao se tornar uma pessoa, o indivíduo deve necessariamente criar distinções e separação.
A individuação é um caminho para o Self porque restitui equilíbrio da
psique, visto que o indivíduo assenta a personalidade e deixa de ser
influenciado deliberadamente por outras pessoas. Segundo Jung, esse é um
processo que leva toda a vida, está em constante movimento, contínuo.
A identidade diz ele, ‘depende da possibilidade de projeção e introjeção’. Por essa afirmação podemos concluir que Jung considerava a individuação um processo de toda uma vida, consistindo em remover e trazer à consciência uma imensa quantidade de material inconsciente – todas as introjeções e identificações que compõem a identidade inconsciente com objetos e pessoas que se acumularam durante toda a vida. O imperativo à individuação, portanto, nunca chega a um remanso definitivo em que a pessoa possa dizer: ‘Acabou-se”. Trata-se de uma obra contínua que nunca chega ao fim, nunca se conclui.
Murray
Stein, no livro Jung
e o Caminho da Individuação: Uma Introdução Concisa, Editora Cultrix (Grupo
Editorial Pensamento), faz um relato sobre como Jung construiu a teoria da
individuação e por meio da mitologia e da história da humanidade, explica o
conceito de individuação.
Na prática, a sociedade tenta reprimir a
individuação da pessoa, adoecendo ambos, quando,
por exemplo, um jovem que deseja seguir uma profissão diferente da família me
que todos são advogados. A imposição social da mulher ter que ser mãe ou ter
que casar. A imposição de que a felicidade depende do outro (a), etc. A negação
das necessidades sexuais em virtude da religião. Porém, o processo social também
contribui para a individuação, quando desafia a pessoa a assumir sua própria essência,
a exemplo, quando enfrenta seus impasses emocionais por meio da vivência de
outros, sendo mais específica, o fortalecimento de mulheres, que sofrem ou já sofreram violência, por outras mulheres.
(...) o espaço de individuação é então, por um lado, um espaço no qual, por meio de reflexão e diálogo, podem se fazer distinções e ocorrer a separação de identidades, e, por outro, um espaço no qual novas figuras e conteúdos podem aparecer e se oferecer para interação e integração. Esse não é apenas um ‘espaço interior’, uma vez que pode envolver outras pessoas (como na psicoterapia e em outros relacionamentos íntimos) e acolher e interagir com a personalidade delas em níveis consciente e inconsciente; tampouco é exclusivamente um espaço interpessoal de relacionamentos íntimos, uma vez que também possibilita que figuras do inconsciente pessoal e coletivo se façam presentes.
É no processo de individuação que
questionamos nossas certezas, reconstruímos o que está posto, revemos
convicções e nos tornamos novas pessoas, amadurecendo a psique e abandonando
crenças limitantes. E nesse processo não somos bons ou maus, mas somo
identidade e integração com o social.
eu tô lendo um livro pro meu tcc que a autora fala muito sobre Jung, eu confesso que nunca tinha ouvido falar dele até o meu tcc chegar (mas esse livro é só teoria de base mesmo) mas gostei de algumas das coisas que ela fala sobre ele.
ResponderExcluirGostei da sua dica, vou recomendar pros meus amigos!
Nunca tinha ouvido falar sobre o autor, em Jung e muito menos nessa editora. Pela resenha tive curiosidade já que gosto de pesquisar e entender mais essas questões sociais e pessoais que trazem pensamentos sobre questionar a mim mesmo. Vou amar! Obrigado pela dica!
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar sobre o autor, em Jung e muito menos nessa editora. Pela resenha tive curiosidade já que gosto de pesquisar e entender mais essas questões sociais e pessoais que trazem pensamentos sobre questionar a mim mesmo. Vou amar! Obrigado pela dica!
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar sobre o autor, em Jung e muito menos nessa editora. Pela resenha tive curiosidade já que gosto de pesquisar e entender mais essas questões sociais e pessoais que trazem pensamentos sobre questionar a mim mesmo. Vou amar! Obrigado pela dica!
ResponderExcluirOlá, tudo bem? Não conhecia esse livro ainda, mas para quem tem interesse nesse tema tenho certeza de que é uma ótima leitura. Adorei a resenha!
ResponderExcluirBeijos,
Duas Livreiras
Achei muito boa a permissão do livro. Você conseguiu me passar uma boa quantidade de informações sobre Jung, sobre o livro e sobre o assunto (individuação) ao ponto de me fazer querer ler esse livro agora. Parabéns.
ResponderExcluirEu quero abrir minha caixa cômoda e sair da minha zona de leitura, porque esse não é meu estilo, mas super preciso ampliar meus horizontes. Achei muito interessante e entender a sociedade é algo que precisamos sempre, né? Obrigada pela dica. ♡
ResponderExcluirOlá
ResponderExcluireu conheço o assunto por alto, porque minha amiga está fazendo pós na linha de Jung e ela vive falando sobre isso, mas agora lendo sobre esse livro percebi que a indivuação muitas vezes é maior do que a pressão social em escolher o que seria mais adequado coletivamente.
Beijos
Oiieee
ResponderExcluirEsse não é um livro que costumo ler, mas sabe que tenho me interessado cada vez mais por temas assim? Confesso que não sei quase nada sobre a linha de Jung, mas essas questões sociedade e inddivíduo sempre me fazem refeltir bastante, repensar e concluir tanto, é realmente construtivo e enriquecedor ler algo assim de vez em quando.
Beijos, Ivy
www.derepentenoultimolivro.com
Esse é um livro bem forte e contemporâneo. Pelo visto, vai passar gerações e não vai perder a essência, já que trata de temas que, muitas vezes, são tabu para a população. Amei a dica, até porque não conhecia o autor nem o livro.
ResponderExcluirBjks!
Mundinho da Hanna
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Achei interessante que esse processo de individuação leva a vida toda e está em constante movimento, pois sinto desde o início da adolescência e até agora na vida adulta o quanto isso é contínuo em mim. Nunca gostei de ter o que os outros tem ou ter só porque os outros tem ou fazem. Eu sempre queria ser diferente e não igual. Então, acho importante quando nos reconhecemos como indivíduos e ganhamos autenticidade, de modo que a nossa personalidade deixa de ser influenciado deliberadamente por outras pessoas, como você disse. Eu abomino essa pressão social de que a mulher precisa ter como objetivo e obrigação de vida ter um marido ou filhos. Não preciso de filhos ou de companheiro nenhum na minha vida e estou plena e muito feliz assim sendo um indivíduo. Só a simples ideia de me imaginar tendo ambos já é extremamente estressante, não paciência. Não acredito que as pessoas tenham pares, eu nasci ímpar e amo ser ímpar. Muito bom esse post!
ResponderExcluirAchei interessante que esse processo de individuação leva a vida toda e está em constante movimento, pois sinto desde o início da adolescência e até agora na vida adulta o quanto isso é contínuo em mim. Nunca gostei de ter o que os outros tem ou ter só porque os outros tem ou fazem. Eu sempre queria ser diferente e não igual. Então, acho importante quando nos reconhecemos como indivíduos e ganhamos autenticidade, de modo que a nossa personalidade deixa de ser influenciado deliberadamente por outras pessoas, como você disse. Eu abomino essa pressão social de que a mulher precisa ter como objetivo e obrigação de vida ter um marido ou filhos. Não preciso de filhos ou de companheiro nenhum na minha vida e estou plena e muito feliz assim sendo um indivíduo. Só a simples ideia de me imaginar tendo ambos já é extremamente estressante, não tenho paciência. Não acredito que as pessoas tenham pares, eu nasci ímpar e amo ser ímpar. Muito bom o post!
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirEu não conhecia o autor até então, e gostei da sua resenha. Me deixou com uma curiosidade, e esse não é o tipo de leitura que costumo fazer mas sempre é bom sairmos da zona de conforto.
Amei a dica, e vou recomendar para alguns amigos que com certeza vão gostar.
Beijos,
Subsolo da mente
Ual, que tema complexo! Não é uma leitura assim, para qualquer a gente pegar e se aprofundar, né? Eu como psicóloga posso até ter um olhar diferente às vezes, mas confesso que fugi das raias da psicanálise, e pouco domino do mestre Jung. Só o básico mesmo!
ResponderExcluirEstou bem admirada com as publicações e selos da Pensamento!!!
Só temos a ganhar.
Grande abraço
Carol, do Coisas de Mineira
Psicologia analítica. Mas, pelo comentário, percebe-se que realmente te falta domínio em Jung.
ExcluirAchei interessante essa abordagem da problematização da individualização. Não li nada do Jung ainda, mas estou ficando interessada em ler, parece um autor com tema bem legal!
ResponderExcluirAbraço
Liv
Uau, adorei sua avaliação. Não sou da área da psicologia, mas sou licenciada, e me lembrei das aulas de psicologia da educação. E suas considerações ficam bem interessantes quando trazemos para o nosso cotidiano. Uma amiga se casou e disse que não queria ter filhos: eu e mais outras amigas questionamos, afinal, como uma mulher poderia se realizar se não fosse mãe? Claro, isso foi na década de 1990, e de lá pra cá tive oportunidade de entender que o me faz feliz não necessariamente faz o outro feliz também. Bom saber do livro!
ResponderExcluirUau, adorei sua avaliação. Não sou da área da psicologia, mas sou licenciada, e me lembrei das aulas de psicologia da educação. E suas considerações ficam bem interessantes quando trazemos para o nosso cotidiano. Uma amiga se casou e disse que não queria ter filhos: eu e mais outras amigas questionamos, afinal, como uma mulher poderia se realizar se não fosse mãe? Claro, isso foi na década de 1990, e de lá pra cá tive oportunidade de entender que o me faz feliz não necessariamente faz o outro feliz também. Bom saber do livro!
ResponderExcluirUau! É o que tenho de imediato a dizer! Fiquei completamente instigada a conhecer a obra aqui mencionada, até mesmo pelo fato de que gosto de aprender mais dos estudos e teorias de Jung, embora tenha pouco adquirido. Sobre o processo de individuação, é mesmo uma constante em nossa construção enquanto seres. Tenho tentado a cada dia ressignificar meus conceitos sobre a (minha) vida, as crenças limitadoras que rodeiam meu histórico, o que é essencial a todos nós, mas parece faltar conhecimento, talvez, em alguns casos, leituras, e fato é que o quebrar dos tabus gera muitos conflitos, internos e externos (tenho sentido na pele, pra falar a verdade!). Bom, adorei o bate-papo, bem como esse espaço que quero ter a possibilidade de estar mais vezes! Parabéns pelo rico trabalho!
ResponderExcluirInteressantíssimo, preciso realmente passar a ler mais esses temas sérios, seu texto me fez pensar muito e os trechos destacados me mostrou que preciso passar por um processo desses urgentemente, caiu como uma luva para mim devido a um momento que estou passando então te agradeço pelo post.
ResponderExcluirOi, tudo bem? Gosto bastante de livros que nos permitem diversas reflexões. Esse selo em especial traz obras incríveis. Essa situação é por vezes dúbia. As vezes exigem de nós que sejamos únicos, que tenham característica "x", em outros momentos devemos seguir o coletivo e defender uma "causa". É complicado desenvolver uma personalidade saudável quando em muitos momentos andamos em cima do muro. Apesar de vivermos em sociedade muitos comportamentos, nossa personalidade, é um misto de tudo o que vivemos. Um abraço, Érika =^.^=
ResponderExcluirCaraleo, Lili. A cada postagem tua sobre Jung eu fico ainda mais tentar a adentrar na psicologia analítica. Bem importante essa questão da individuação em meio ao que querem nos impor. Eu na vida, indo sempre contra o que tantos querem me condicionar...
ResponderExcluirImagino tu e Renê conversando sobre ahahhah
Küss tschüss 😘💜
nao conhecia esse autor mas sempre o que a cultrix publica pode apostar que é bom
ResponderExcluiré um livro bem reflexivo por tudo que voce apontou
Oie! Confesso que tenho muito pouco conhecimento na área da Psicologia Analítica, mas achei seu texto importante e esclarecedor. Principalmente por mostrar que o processo da individuação está relacionado à formação da identidade do indivíduo, muitas vezes prejudicada pela repressão da sociedade. Logo, gostei bastante da indicação da literatura sobre Jung.
ResponderExcluirEu não conhecia essa obra, nem o autor, mas o tema não é um dos que mais me cativa, mas é importante procurar saber mais sobre nós e como isso também reflete no próximo. é uma boa indicação!
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