“Pensar feminismos negros é pensar projetos democráticos” com Djamila Ribeiro
A linguagem acessível de Quem Tem Medo do Feminismo Negro?, de Djamila Ribeiro, Companhia das Letras,
e o conteúdo tornam a obra urgente e necessária para todxs. Os tempos não são
dos mais fáceis e certamente, se olharmos cuidadosamente nossa história e
fizermos uma análise de conjuntura, nunca foi fácil. Entretanto, o hoje é
marcado pelo racismo institucional, o Brasil como segundo país mais alienado e ignorante do mundo (Fonte: Observatório terceiro setor)
e um degradante retrocesso nos direitos sociais
brasileiro.
Diante disso, é muito mais difícil olhar o
passado e interpretá-lo para compreensão do presente, é difícil entender que
perdemos direitos sociais básicos se não sabemos que eles existem ou a real
função deles, é difícil falar de racismo num país que não aceita o fim da
escravidão. É tudo mais difícil porque somo o segundo país mais alienado e
ignorante do mundo. É nesse contexto que a escrita de Djamila Ribeiro entra,
quase como um remédio, um quebrar de correntes, uma luz no fim do túnel de uma
Brasil insano e racista.
Quem Tem Medo do Feminismo Negro? vai direto
ao ponto, é direto, objetivo e com linguagem acessível, a autora traz um pouco
de sua história como criança e mulher negra num Brasil racista e machista e
depois contextualiza o leitor nas diversas marcas que ainda carregamos de
machismo e racismo. Cada capítulo, Djamila trata de alguma questão atual sem
medo de colocar o dedo na ferida trazendo ao centro da discussão teóricas ou
estudiosas feministas.
Em obras sobra feminismo no Brasil é comum não encontrarmos nada falando sobre o feminismo negro. Isso é sintomático. Para quem é esse feminismo então? É necessário entender de uma vez por todas que existem várias mulheres contidas nesse ser mulher e romper com a tentação da universidade, que só exclui. Há grandes estudiosas e pensadoras brasileiras ou estrangeiras já publicadas por aqui, como Sueli Carneiro, Jurema Werneck, Núbia Moreira, Lélia Gonzales, Beatriz Nascimento, Luiza Bairros Cristiano Rodrigues, Audre Lorde, Patricia Hill Collins e bell hooks, que produziram a produzem grandes obras e reflexões. Nunca é tarde para começar a lê-las.
Djamila desnuda os fatos, tem medo do
feminismo negro um grupo privilegiado de homens brancos que têm como objetivo
em comum manter seus próprios privilégios e de suas proles. Quem Tem Medo do Feminismo Negro? não é um
livro qualquer, é o primeiro passo de ruptura com esse sistema que aliena,
escraviza e mata.
Sobre
a autora: Pesquisadora na área de Filosofia Política e
feminista. Graduou-se em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo, em
2012, e mestre em Filosofia Política na mesma instituição, em 2015. Suas
reflexões abordam os seguintes temas: relações raciais e de gênero e feminismo.
Atualmente é colunista online da Carta Capital, Blogueiras Negras e Revista
AzMina e também possui forte presença no ambiente digital. Em maio de 2016, foi
nomeada secretária-adjunta de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São
Paulo durante a gestão do prefeito Fernando Haddad. Escreveu o prefácio do
livro "Mulheres, raça e classe" da filósofa negra e feminista Angela
Davis , obra inédita no Brasil e que foi traduzida e lançada em 2016 pela
Editora Boitempo. Organizadora da
coleção Feminismos Plurais, da Editora Letramento. Coleção que visa abordar
aspectos e perspectivas dos feminismos, tendo como pilar as mulheres negras e
indígenas e homens negros como sujeitos políticos. “O que é lugar de fala?” é a
primeira obra da coleção, escrita pela própria Djamila Ribeiro.
Realmente, vale a pena dar uma conferida no texto da Djamila. O problema do racismo, não só no Brasil, é um problema que nem de longe foi superado.
ResponderExcluirEu estou doida por esse livro, imagino que seja uma ótima obra para refletir sobre nossos atos.
ResponderExcluirVou pesquisar um pouco mais sobre a autora, gostei do que você falou sobre ela.
Gostei muito da sua resenha e espero ler esse livro logo. Beinos!
Olá!! :)
ResponderExcluirEu ja ouvi falar desse livro antes, pelo que ja conhecia o tema, mas gostei de conferir a tua opiniao! :)
AInda bem que gostaste, achaste o vocabulario acessivel e conseguiste refletir tanto sobre o assunto!!
Boas leituras!! ;)
no-conforto-dos-livros.webnode.com
Eu estou louca para ler esse livro! Infelizmente não consegui encaixar ele nesse ano, mas espero muito poder lê-lo em 2019. Já li varias resenhas ótimas, acho a Djamila incrível ♥️
ResponderExcluirOlá, esse era um livro que já chamava a atenção por trazer o feminismo como tema, sabendo que a autora usa uma linguagem acessível na obra, fico ainda mais animada para ler.
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirQuero muito ler este livro. Tive o prazer de ver a autora em um evento e fiquei sabendo da obra, que alias é muito necessária ainda mais nos dias de hoje que precisamos lutar não só pelos direitos que não temos mas para manter os que temos também.
Eu adoro a maneira como a editora tem dado mais visibilidade para temas tão necessários. O feminismo negro abarca questões que definitivamente o feminismo branco nao é capaz, e saber que há uma leitura tão fluida sobre o tema é maravilhoso.
ResponderExcluirOla!!
ResponderExcluirUau, acredito que livro mais atual que este não há! O feminismo negro é um assunto muito difundido, discutido e criticado na nossa sociedade hoje e acredito que tal obra não podia ser mais oportuna para abrir os olhos para a realidade!
Amei a sua resenha
beijos
Olá!
ResponderExcluirAdorei a sua resenha! Não é a primeira que leio sobre esse livro, mas a achei mega impactante e de uma conscientização ímpar para quem a ler. Parabéns!
Bjos
Lucy - Por essas páginas