Resenha – Cacto florido é sinal de prosperidade
O livro O Poeta Sabiá, de Alan Silva, foi o primeiro contato com a Editora CeNE e confesso que recebi com
bastante entusiasmo, de modo que, no mesmo dia, me envolvi na leitura dessas
poesias que expressam a força criativa de um jovem de treze anos.
“Eis
que o transbordamento do
meu
SER,
sobre o papel, arrasa
montanhas
e traz-me até aqui”
O poeta que transborda pelo verbo e a
poesia que dialoga com a xilogravura: “Apenas
respirei a cultura de raiz”. O sabiá que facilmente transita entre o
menino, o jovem e o velho, resgatando e cultivando a inocência e a sabedoria com
ideias universais como o amor, cultura, maternidade, vida, filosofia, meio
ambiente, etc.
Desritmado
Não
é porque meu caminho
se
enche de trevas
ou
porque tenho ciência
de
que o que eleva
pode
também submergir-me.
As
razões pelas quais os ritmos
não
condizem
ainda
são secretas.
Tendo
eu apenas uma chance
essas
ideias que me proporcionam
uma
gagueira
ou
uma sobrecarga de informações.
Passar
para algum local,
de
algum modo.
Como
que um homem moderno
em
plena época medieval,
sou
desritmado de toda uma situação.
Em Desritmado, por exemplo, a imagem do descompasso
daquele que não consegue se enxergar dentro de determinado contexto ou espaço
de tempo, desvela a ótica do estranhamento, rompendo, dessa forma, com uma
possível linearidade da vida “(...) tenho
ciência de que o que eleva/ pode também submergir-me.”; tornando esse
estranhamento o novo, o elemento surpresa “As
razões pelas quais os ritmos/ não condizem/ ainda são secretas”. Toda via,
esse elemento surpresa não é vazio de símbolo, muito menos de esperança “Como que um homem moderno/ em plena época
medieval,/ sou desritmado de toda uma situação”, afinal o homem, apesar de
perdido no tempo, vive apenas ‘uma situação’ dentre tantas outras
que virão.
Seguindo o ritmo da obra, o trabalho da
também jovem artista Maria Xilo, pernambucana
de 14 anos, com a xilografia, em que quase todos os cactos possuem flores,
eleva o imaginário de quem dialoga com o livro e fortalece novas histórias sem
renegar nossas origens e cultura popular. “Mandacaru
/ Quando fulora na seca / É o sinal que a chuva chega / No sertão”. Cacto
florido é sinal de prosperidade.
Olá!! :)
ResponderExcluirEu nunca tinha ouvido falar sobre este livro. Que bom que gostaste de fazer a leitura e que descobriste tanta riqueza na obra!
Também a parte gráfica chamou a minha atenção!
Boas leituras!! ;)
no-conforto-dos-livros.webnode.com
Fiquei muito interessada pela leitura, primeiro por saber que é um livro de poesias e depois por essa edição tão linda, que dá muito gosto de ler.
ResponderExcluirAdorei a dica!
beijos
Olá! Acredito que por não ser muito fã de poesias, o livro não chamou minha atenção. Mas que bom que gostou!
ResponderExcluirAbraços
Oi tudo bem? Não conhecia o livro, o que me chamou a atenção foi a arte gráfica feita, muito linda as cores e detalhes, nunca li um livro de poesia que tivesse um trabalho assim, gostei muito vou procurar saber mais do mesmo, obrigado pela dica e parabéns pela resenha.
ResponderExcluirlivrosetalgroup.blogspot.com/
Não conhecia o livro e achei maravilhoso conhecer talentos tão jovens.
ResponderExcluirBjos Rose
Olá, tudo bem? Eu não conhecia esse livro e a primeira impressão que eu tive era que, se tratava de um livro de poesias em forma de quadrinhos, tudo isso por causa dos detalhes mostrados na capa. Mesmo, após terminar a sua resenha e descobrir que eu estava enganada, continuo interessada em realizar a leitura desse livros lindo.
ResponderExcluirBeijos e Abraços Vivi
Resenhas da Viviane
Awn! Adorei conhecer essa obra, gosto muito de poesia e já tem um bom tempo que não leio algo mais contemporâneo que me interesse de cara, até agora! As ilustrações também dão um toque a mais, amei mesmo!
ResponderExcluirBjs
Lucy - Por essas páginas