Quoterias com Paulo Freire

19 de setembro deste ano, Paulo Reglus Neves Freire estaria completando 96 anos. Também conhecido como Paulo Freire (1921-1997), autor de vários livros sobre educação, criticou a educação bancária em detrimento de uma educação democrática, libertária. Foi perseguido pelo Golpe Militar, preso por pouco mais de dois meses e, já exilado no Chile, escreveu Pedagogia do Oprimido (1968), um arauto de conscientização política. Sua produção não deve ser marginalizada, principalmente em tempos tão sombrios como os que vivenciamos. Deixo aqui dez citações desse grande educador para reflexão.

“Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é tornar-se opressor.”

“Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão”

“Do ponto de vista critico, é tão impossível negar a natureza política do processo educativo quanto negar o caráter educativo do ato político. Isto não significa, porém, que a natureza política do processo educativo e o caráter educativo do ato político esgotem a compreensão daquele processo e deste ato. Isto significa ser impossível, de um lado, como já salientei, uma educação neutra, que se diga a serviço da humanidade, dos seres humanos em geral; de outro, uma prática política esvaziada de significação educativa.”

“Ninguém vive bem sua sexualidade numa sociedade tão restritiva, tão hipócrita e falseadora de valores; uma sociedade que viveu a experiência trágica da interdição do corpo com repercussões políticas e ideológicas indiscutíveis; uma sociedade que nasceu negando o corpo. Viver plenamente a sexualidade sem que esses fantasmas, mesmo os mais leves, os mais meigos, interfiram na intimidade do casal que ama e que faz amor, é muito difícil. É preciso viver relativamente bem a sexualidade.”

“O estudo da sexualidade não pode ser reduzido à pura descrição fisiológica do corpo. É, sobretudo, um grito em torno do direito de gozar. Eu nunca tinha dito isso. Foi bom dizer.”

“Não há saber maior ou saber menor. Existem saberes diferentes.”

“A democracia é, como o saber, uma conquista de todos. Toda a separação entre os que sabem e os que não sabem, do mesmo modo que a separação entre as elites e o povo, é apenas fruto de circunstâncias históricas que podem e devem ser transformados.”

"O mundo não é, o mundo está sendo"

"Por isso a alfabetização não pode ser feita de cima para baixo, como uma dádiva ou uma imposição, mas de dentro para fora, pelo próprio analfabeto e apenas com a colaboração do educador".

" É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal maneira que num dado momento a tua fala seja a tua prática."