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Resenha - Romancista como vocação




A palavra vocação vem do latim “vocare” que significa ‘chamado’. É justamente sobre esse chamado que Haruki Murakami discorre em seu livro Romancista por vocação, publicado pela Companhia das Letras, 166 páginas. A narrativa desse despertar envereda pelo místico, romântico e irônico.

De vez em quando ouço falar de escritores que são muito amigos, mas fico com o pé atrás com esse tipo de afirmação.”

Murakami foi ao ponto, no meio literário, como em qualquer outro, há suas desavenças, guerras ideológicas e orgulho. Apesar de não ser uma regra, o autor se firma na ideia para iniciar essa expedição pela origem e meandros de sua experiência como autor.

Escrever um romance não é muito difícil. Para alguns, escrever um excelente romance uma vez não é muito difícil. Não digo que seja fácil, mas não é impossível. No entanto, continuar escrevendo romances incessantemente, isso, sim, é difícil. Não é qualquer um que consegue. Para isso, como eu já disse, é preciso algo como uma competência especial. Acho que talento não seja exatamente a palavra.”

E para que se descubra romancista, é necessário que este se lance num ringue, após a escrita do primeiro livro, a fim de conhecer o próprio ritmo de produção. Afinal, é escritor de um romance só ou aguenta as regras do jogo?  Obviamente, a analogia é construída com base numa experiência única, não há apelo científico na tentativa de delimitar ou determinar verdades, apesar de recorrer ao histórico de outros autores. Há somente as ideias solitárias de uma profissão solitária.


A numinosidade do despertar é também solitária, pode acontecer em qualquer lugar, sem aviso prévio. O que o autor descreve como “manifestação súbita da essência”, epifania. Que em seu caso foi numa partida de beisebol e, em seguida, lhe rendeu Ouça a canção do vento, um romance curto que não vingou em materialização, porém, lançou Murakami no que o próprio descreve como ringue. Romancista por vocação é uma ponte para que qualquer pessoa, quando necessário, dialogue com o universo por vezes místico e cruel do romancista. 

8 comentários:

  1. Sempre achei interessante quando escritores escrevem sobre o processo criativo ou mesmo sobre a profissão como um todo. Nunca li nada desse autor em particular, mas acredito que ele já tenha uma baita experiência e seu ponto de vista com certeza deve ser intrigante.
    Beijos
    Mari
    Pequenos Retalhos

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  2. Oi, tudo bem?
    Esse autor tá muito filosófico hehe mas gostei da premissa, romance com isso de "místico, romântico e irônico" me chama muito a atenção. Beijos <3

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  3. Oiii Lilian tudo bem?
    Que incrível essa sua resenha menina, achei muito interessante o autor falar em sua obra sobre como é escrever um livro, a sua criatividade e a profissão de um escritor, as desavenças sempre continuaram e o orgulho nem se fala, creio que seja o principal nessa profissão, adoraria ler essa obra.
    Beijos

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  4. Oi, Lilian!
    Muito interessante esse livro, é bem distante do meu estilo de leitura, mas fiquei curiosa por tratar sobre a profissão do escritor. Se tiver chance vou ler!

    Beijos,

    Rafa[blog - Fascinada por Histórias]

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  5. Olá, tudo bem? Com certeza esse livro nos traz o outro lado do romance e, se possuímos bravura ou não para esse universo, então fiquei bem interessada. Confesso que nunca tive vontade ou iniciativa para ser escritora, porém admiro demais esse mundo. Ótima indicação.
    Beijos,
    diariasleituras.blogspot.com.br

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  6. Olá! Parabéns pelo lindo texto e que nos faz refletir.
    Já aguardando os próximos posts.
    super bjooo

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  7. Eu não sei se eu conseguiria encarar esse tipo de leitura porque não é muito o que eu costumo ler. Mas, eu acho interessante optar por livros que fogem um pouco na minha zona de conforto.

    http://laoliphant.com.br/

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  8. Oi, tudo bem?
    Eu já li alguns comentários sobre obras do Haruki Murakami, mas nunca li nada, só que embora sejam lviros meio diferentes do que eu costumo ler, eu confesso que tenho curiosidade, por isso fiquei animada com sua resenha.

    Beijos :*

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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