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Resenha - Bartleby, o escrivão



Escrito originalmente em 1853, Bartleby, o escrivão, de Herman Melville, Editora José Olympio, 96 páginas, é um conto que nos mostra a história de uma figura misteriosa pelo ponto de vista do narrador, seu empregador num escritório de advocacia. Segundo sua concepção, Bartleby foi uma das pessoas mais curiosas e intrigantes que já conheceu. Ele o contrata a fim de ajudar no escritório conferindo cópias de documentos. Possui outros assistentes de personalidades peculiares, mas, nenhum deles se equipara ao jovem rapaz, que com o passar dos dias revela-se como um 'peso' que 'prefere não fazer' o que lhe foi solicitado...

Ignorando o passado do estranho rapaz, o narrador fica cada vez mais irritado pela recusa de Bartleby em realizar mesmo pequenas ações no escritório. Ele esperava que sua calma aparente servisse como exemplo para Nippers e Turkey, mas percebe que além de não obter sucesso na investida, acabou adotando um problema ainda maior para si e seu ambiente de trabalho...

De maneira gradual, a presença do escrivão no escritório se revela incômoda e suas negativas em desempenhar seu trabalho se mostram cada vez mais incisivas. Levando o narrador a um estado de estupor e desespero... Enfim, ele resolve demitir o rapaz, apesar de sentir pena dele, pois provavelmente Bartleby não tem amigos, nem família por perto... A curta história desvela para um desfecho absurdo, deixando o leitor em estado de entorpecimento, em suspenso...

A obra é considerada – assim como em O processo e O artista da fome [ambos de Franz Kafka] – como literatura absurdista, uma filosofia ligada ao existencialismo e ao niilismo. As ocupações burocráticas de seu emprego fazem com que ele passe a rejeitar a mesmice de seu cotidiano, de maneira que o leva a um destino trágico... O absurdismo trata-se de buscar uma explicação sobre a vida e não ter habilidade para encontrar as respostas, culminando num beco sem saída no campo da existência...

Partindo para o campo político, Bartleby, o escrivão seria uma crítica voltada ao Imperialismo e ao capitalismo, que exploram a mão de obra tornando-a robotizada, e quando o personagem se recusa a obedecer ao patrão, é como se ele estivesse negando sua condição de máquina, inconscientemente se revelando humano. É perceptível a crítica de Herman Melville ao conceito de Fordismo, sistema de produção em massa aplicado nas indústrias a fim de se produzir em grande quantidade e aumentar o consumo.


Em suma, Bartleby, o escrivão tem uma linguagem ágil e alucinante. Levanta reflexões importantes no campo político e filosófico de maneira que o leitor compreenda e absorva a ideia sem o uso de termos científicos complicados, de maneira até inconsciente, uma absorção simbolizada pela figura de Bartleby inerte no escritório...


17 comentários:

  1. Olá!
    O livro desperta algumas reflexões, isso é um bom ponto.
    Porém, mesmo assim não é uma leitura que me atraia. Essa aurea de política, me lembra muito a época do colégio e as leituras são sempre cansativas pra mim.
    Fica pra próxima!
    Beijos!

    Camila de Moraes.

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  2. Oiii Maria tudo bem?
    Eu não conhecia esse livro e confesso que despertou meu interesse sim, principalmente em relação de porque ele não querer agir de tal modo e fazer as ações, é uma obra para descobrimento e até mesmo reflexão, sem esquecer da politica que se enquadra bem nesse assunto.
    Beijinhos

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  3. Olá!
    Já namorei esse livro para comprar, pois um amigo meu comentou que o livro aborda temas "Kafkaniano" principalmente O Processo".
    Bem, no fim não comprei e agora vejo aqui é um sinal que o livro me chama. rs
    Vou ver se consigo baixar o filme.
    Bjs

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  4. Olá! Não é meu estilo de leitura preferida, mas acho que deve ser um livro maravilhoso para quem gosta.
    Beijos
    Mari
    www.pequenosretalhos.com

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  5. Olá, parece ser uma obra excelente e gostei de ver os seus comentários sobre ela. Não é um livro que eu compraria mas acho que se me deparasse com ele e tivesse a oportunidade de iniciar a leitura eu poderia gostar.

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  6. Oi!
    Gente, não sabia que existia literatura absurdista :O
    Fiquei curiosa para saber o desfecho dessa história e entender as lições por traz dessas negativas por parte do funcionário.
    Não conhecia o conto, mas quero conferir!

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  7. Mas que ambiência maravilhosa! A-do-ro esse tipo de literatura! É muito mais que as bobagens que tentam nos enfiar guela abaixo! Super compraria! Livros inteligentes e que fazem o leitor pensar, não é pra qualquer um.

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  8. Que maravilha de leitura!
    Me peguei totalmente curiosa para conhecer a história, pois como já li A Metamorfose, consegui captar mais ou menos a ideia do absurdismo, e para mim é fascinante.
    Dica mais que anotada!

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  9. Adorei a sua resenha, o livro aparenta ser ótimo mas confesso que não é o meu estilo literário favorito, rs. Irei indicar para quem gosta.
    Abraços!

    estantedakahofc.blogspot.com.br

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  10. Olá, acredito já ter ouvido algo sobre essa história, mas ainda não tive a oportunidade de ler o texto integral. Gostei de ver suas considerações sobre a obra e os significados e críticas contidos na trama.

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  11. Oi, Maria!
    Esse livro apesar de ser bem "simples", me agradou pela pitada de suspense citada por você. E olha que não costumo ler obras criticas por não fazerem meu estilo. Vou buscar por mais resenhas para ver se me agradaria de verdade.
    Beijos.

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  12. Eu não dava nada por esse livro, mas o que você comentou me deixou muito curiosa para ler e saber mais. Gosto dos livros que nos fazem refletir e questionar e esse parece ser um desses livros.

    Beijos, Gabi
    Reino da Loucura | Facebook | Instagram

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  13. Confesso que não faz muito meu estilo literário, mas me encontrei muito interessada na história, especialmente com sua explicação no final sobre o estilo literário, nunca li nada assim nem nunca me interessei, mas fiquei agora curiosa. Flores no Outono 

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  14. Acho que não gosto muito do absurdismo - ao menos não gostei do que li até hoje e que está na categoria. Não é bem o meu tipo de leitura, mas também não é algo que eu não leria. Nunca li Melville, mas talvez fosse bom começar a leitura das obras dele por um conto ao invés de Moby Dick, hahaha

    ;*

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  15. Oie amore,
    Pra ser sincera o livro não me chamou a atenção não... dessa vez pulo a dica!
    Mesmo se tratando de um livro que segundo você tem uma linguagem ágil e alucinante.
    Beijoka!

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  16. Oiee, tudo bem? Fiquei curiosa pois desconhecia este estilo literário, o enredo em si não me chamou a atenção, mas a curiosidade de descobrir mais um genero literario me deixou interessada!

    https//:www.leituraentreamigas.com,br

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  17. Olá!
    Ainda não conhecia a obra, assim como as outras que você citou da literatura absurdista, mas fiquei bem curiosa, até porque parece ser uma leitura profunda, mas que pode ser feita de maneira rápida.
    Beijos.

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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