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Resenha - A teus Pés, de Ana C.




Três décadas e doze meses foram suficientes para que Ana Cristina César deixasse ao mundo seus registros literários sob a luz da Geração Mimeógrafo. Avessa ao conservadorismo e considerada uma poeta marginal, para Heloisa de Holanda ‘Marginal Especial’, seu principal foco estava na subversão. Mesmo sob a estética da literatura marginal, visto que ela rompe com o conservador, não fica presa aos moldes de outros poetas marginais da época. Isso porque sua poesia é mais de dentro para fora, que de fora para dentro.

“Sinopse: Em 1982, era publicado A teus pés, primeiro e único livro de poemas que Ana Cristina Cesar lançaria em vida por uma editora comercial. Além de poemas inéditos, a obra reunia Cenas de abril (1979), Correspondência completa (1979) e Luvas de pelica (1980), volumes lançados de forma independente.
De registro aparentemente intimista, os versos despistavam o leitor em manobras de mestre. Depois do sucesso de Poética, reunião de sua obra lírica completa, a Companhia das Letras estreia a coleção Poesia de Bolso com este clássico contemporâneo que marcou a geração poética dos anos 1970 com sua dicção rara e cada vez mais atual.”


A Teus Pés, Edição de bolso, Companhia das Letras, de Ana C. traz um texto intimistas e simbólico. Ela retrata em sua poesia a o íntimo da mulher moderna sem amarras, que derrama subjetividade, perceptível em Sete Chaves. Veja o trecho

“(...) Eu nem respondo. Não sou dama nem mulher moderna.
Nem te conheço.
Então:
É daqui que eu tiro versos, desta festa – com arbítrio silencioso e origem que não confesso – como quem apaga seus pecados de seda, seus três monumentos pátrios,
e passa o ponto e as luvas” (pág. 14)

A autora vai desconstruindo e reconstruindo, revirando ao avesso o sujeito; do masculino e feminino. Trazendo para o centro das atenções o inevitável, pouco palpável, assim como o oxigênio. E várias vertentes de interpretação vão tomando forma, na tessitura da construção da realidade adentrando no ficcional.

“é sempre mais difícil
ancorar um navio no espaço”


Aos teus pés é um jogar-se apaixonado e despido diante de um outro plural, de uma linguagem viva, reinventada. Segundo a própria Ana C., A teus pés é um “fragmento de um discurso amoroso”.

10 comentários:

  1. linda resenha, Lili *--*
    Ana C. foi uma 'marginal' incrível... sua poesia atravessa os anos sem perder o brilho...

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  2. Uau! Nunca tinha ouvido falar dessa autora antes!
    Uma pena que não demos o devido valor à literatura marginal... Adorei a resenha e fiquei muito interessada em conhecer os poemas dessa autora e, quem sabe, utilizá-los em aula! =)

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  3. Uau, confesso que fiquei um tanto quanto perdido sobre o que se trata o livro mas parece ser uma leitura incrível. Amo poesias, e coisas derivadas, e este aspecto poético definitivamente me chamou a atenção. O fato de que aparentemente tem uma vertente feminista também é extremamente intrigante. De qualquer forma, ótima resenha. Um abraço e até mais.

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  4. Gostei mais da sua resenha do que do livro em si, você escreve muito bem. Aprecio poesia com moderação, não sou a maior fã, mas não posso negar que essa frequentemente é a melhor forma de expressar alguns sentimentos. Nao conhecia a autora mas gostei dos quotes que você colocou.
    Beijos
    sigolendo.com.br

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  5. Oi, Lilian. Não conhecia a autora. Mas me passou o mesmo "fascínio" que tenho por Clarice Lispector e Sylvia Plath, Adorei a escrita forte com palavras penetrantes, vou atrás com certeza. Linda resenha.

    beijos,
    Ana.

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  6. Oi Lilian, me perdi um pouco no comentário anterior e te expliquei o porque, obrigada por ter retirado. <3
    Parabéns pela resenha! Não conhecia a autora, apesar de gostar bastante de poesia. A poesia marginal em si, já era algo que fugia do tradicional, mas pelo que pude perceber na tua resenha, a Ana excedia aos demais e fazia isso por adensar seus próprios sentimentos ao que escrevia. Pena ela ter morrido tão jovem, acredito que teria feito um diferencial na literatura. Vou procurar conhecer mais sobre ela, bjss

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  7. ^^ Que bonito! Parabéns pela postagem.

    Atenciosamente Um baixinho nos Livros.

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  8. Oi, tudo bem?
    Tua própria resenha parece uma poesia! Eu adoraria ler textos sobre as mulheres modernas em formato de poema, aposto que é mágico, além disso a autora ser anti conservadorismo já me faz querer ser fã!
    Beijos <3

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  9. Oie
    que legal parece ser o livro, sua resenha como sem,pre está muito bem escrita e me deioxu curiosa pela obra apesar de não ser um gênero que leio muito

    Beijos
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/

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  10. Oiii
    O livro parece ser ótimo, puro sentimento!
    Não leio muito poesia, mas acho que iria gostar desse livro.
    Bjus

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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