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Resenha – (IN) visibilidade vigilante


Steve Butterman é um grande pesquisador na área de estudo de gênero e da mulher na Universidade de Miami. Em (In)visibilidade vigilante – representações midiáticas da maior parada gay do planeta, nVersosEditora, 220 páginas, Steve traz uma rica discussão  e apanhado histórico sobre a Parada LGBT de São Paulo.

O autor faz uma análise sobre os quinze anos (1997 a 2011) do movimento, seu viés político, sociocultural, a construção do discurso ideológico, a militância, a relação midiática, etc. Em 1997, embasados pelas discussões acadêmicas norte americanas das décadas de 1970 e 1980, nasce o maior evento de representação LGBT do planeta. No entanto, na época, o evento acolhia gays e lésbicas do Brasil, os outros grupos ainda não encontravam representação no espaço. Esse período também marcou o discurso do evento, em que os participantes reivindicavam liberdade.
Entre os anos de 2000 e 2002, o número de participantes cresce de forma acelerada, de 100 mil a 500 mil pessoas, e a reivindicação no discurso tem nova abordagem, “respeito pela diversidade”. Somente no período de 2003 a 2006 é que cidadãos gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros e travestis passaram a ter representação e visibilidade no movimento, que continuava crescendo em número de participantes, chegando a 3,5 milhões em 2007. A fase que compreende o ano de 2006 a 2011 materializa novas abordagens, pois além tratar sobre os direitos humanos, incorpora outras lutas como meio ambiente e movimento sindical trabalhista.
De forma geral, o autor faz a reconstituição histórica do movimento com uma abordagem linguística, embasado pela Análise do discurso. Por exemplo, ele contextualiza o conceito Behaviorista contido na palavra Parada, que mais remete ao militarismo. Seu foco principal, no entanto, é para o discurso tendencioso e  LGBTfobóbico da mídia. 

"O uso do termo 'irreverentes' para fazer referência aos participantes do evento é bastante curioso e levanta algumas questões. Apresenta a Parada do Orgulho LGBT como um evento subversivo e transgressor, mas podemos também argumentar que conota um gesto deliberadamente antirreligioso, e que a irreverência é produto não só das transgressões das normas legais, mas também da transgressão da lei religiosa. Esse ponto de vista, como veremos, seria endossado por católicos e cristãos evangélicos ferrenhos. Uma terceira leitura, caso explorássemos o termo em todos os seus possíveis sentidos irônicos, talvez pudesse refletir um processo por meio do qual o protesto (e os manifestantes) fosse ridicularizado ou reduzido a um simples gesto de irreverência, da mesma forma de um jovem adolescente se rebela contra normas sociais para épater le bourgeois (Chocar o burguês)." 

O desserviço que a mídia de forma geral trouxe ao evento, foram anos de uma construção ideológica preconceituosa e violenta. E é no meio desse bombardeio de mau jornalismo e sem ética que o movimento vai construindo sua identidade. Com críticas pertinentes, o autor coloca o dedo na ferida na construção da identidade do movimento e na atuação midiática. Li toda a obra em um dia e confesso que gostaria de dizer muito mais, enquanto mulher bissexual, ativista e educadora, me senti representada. Muito do que o autor traz, já fazia parte de minhas inquietações, algumas críticas que eu já fazia ao próprio movimento e ao discurso midiático que é proliferado socialmente como histeria coletiva. 
O melhor é que é uma pesquisa acessível, o público é geral. Porém, sugiro que deveria ser um livro que todos os profissionais da Educação, Saúde e Assistência social deveriam ter oportunidade de conhecer. 

19 comentários:

  1. Olá, tudo bem?

    Confesso que não é um livro que eu tenha vontade de ler. Que respeito a diversidade e que é inegável que todos temos de nos respeitar, independente das escolhas da vida, somos todos seres humanos e merecemos ser felizes.
    Quanto a sua sugestão de educadores, profissionais de saúde e pessoas que trabalham com assistência social, enfim, que tem trabalhos e que precisam ter uma visão mais clara do assunto - além do respeito - concordo que o livro é uma boa indicação.

    Abraço!
    Ana.

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  2. Oi Lilian, tudo bem?

    Com certeza é uma leitura polêmica que gostaria de ler.

    Bjos

    http://historiasexistemparaseremcontadas.blogspot.com.br/

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  3. Oi Lilian,
    Esse livro pode ser daqueles que ficaria lendo de pouquinho em pouquinho que pelo o que eu li na sua resenha parece ser muito bom. Seria um livro também para matar algumas curiosidades sobre a Parada Gay.

    Abraços!
    http://lendocomobiel.blogspot.com.br/

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  4. Apesar de ser um tema que eu gosto muito, e que acredito que contribua sempre para melhorar a pessoa, não acho que leria esse livro agora, pois parece que ele é tecnico de mais, como se fosse uma biografia.
    Mas vou anotar a indicação, pois como disse esse tema me agrada muito

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  5. Oláá´
    Que livro interessante, o tema é bem legal de discutir, com certeza. Muito legal a intenção do livro.

    Beijos
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/

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  6. Oie. Tudo bem?
    Bom! Eu não leria o livro, tenho uma opinião formada, respeito todos representantes LGBT, mas ninguém precisa estar de acordo com a "escolha" que cada um faz.
    Acho horroroso os atos de muitos preconceituosos que expressão suas opiniões através da violência, cada um tem o direito de concordar ou discordar, mas o respeito tem que prevalecer.
    Eu gostei muiiiito da sua resenha flor.

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  7. Oi, tudo bom?
    Eu nunca tinha visto ou lido alguma coisa referente a esse livro, mas gostei da premissa acho importante ler ele, até pra saber como realmente funciona a parada gay.É um tema polêmico, que na minha opinião é importante ser discutido.
    Bjss

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  8. só lendo a sua resenha já percebi que esse seria um livro no qual a leitura vai fluir bem devagar para mim, livros nessa pegada geralmente não me conquistam tanto assim, mas contém uma historia polêmica que desperta a curiosidade com certeza.

    Bjokas!

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  9. Olá; esse é um livro que eu leria, acho o tema bastante pertinente e interessante.

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  10. Olá!
    Não leria o livro por não me interessar pelo assunto.
    Mas para quem gosta deve ser um prato cheio

    http://malucaspor-romances.blogspot.com.br/

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  11. Oie, é um livro com um tema que sei muito pouco e acho que não só como educadora, mas como ser humano gostaria de ler para saber mais.
    Fiquei interessada.

    Lisossomos

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  12. É um assunto que me interessa, mas não sei se leria no momento. Gostei muito da resenha e da forma que apresentou o livro, que até agora eu não conhecia...
    Beijos

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  13. Gostei da resenha, diferente de tudo que estamos acostumados a ver, não é um genero que eu goste mas como vc disse quem é da area tem que conhecer ^^
    http://odiariodoleitor.blogspot.com.br/

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  14. Não é um assunto que me interessa tanto, mas não descarto totalmente a leitura, pois parece ser muito enriquecedora.
    beijos
    www.apenasumvicio.com

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  15. Oie.
    Acho que, como muitos aqui, não comhecia o livro,mas me interesso em conhecer o que o autor tem a dizer sobre a parada gay, suas críticas e opiniões.... Seria muito interessante ver uma opinião além da "festa".
    Beijos

    Lumartinho.Blogspot.com.br

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  16. Olá, Lilian!
    Como sempre você prepara ótimos textos! Isso é bom para discussões.
    Mais uma vez parabéns pelo blog, como sempre tudo lindo!

    Abraços,

    Tony

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  17. Olá! Achei interessante o ideal do autor, mas confesso que não é uma obra que eu leria, apesar de respeitar o que é tratado nele. Além disso, sua resenha me encantou e adorei suas palavras a respeito do livro. É uma leitura ótima para quem se interessa.

    Beijos,
    Fernanda F. Goulart,
    Império Imaginário.

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  18. Oi Lilian, sua linda, tudo bem
    Posso estar enganada, mas confesso que achei esse livro mais didático, um livro que um professor de faculdade indicaria aos seus alunos para abrir a discussão sobre o tema, o que é muito importante e não impede ninguém de lê-lo fora desse contexto. Por isso não o leria nesse momento. Mas gostei muito da sua resenha.
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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  19. Oi, Lilian.
    Gostei muito da sua perspectiva sobre a obra e, especialmente, por saber que existe um texto tão bem elaborado sobre o assunto. Acho que, infelizmente, é preciso nos dedicarmos para que a sociedade como um todo não perca o histórico de violência e de desconsideração civil que o público LGBT sofreu/sofre. Confesso para você que, assim como no carnaval, a parada gay muitas vezes parece perder um pouco do seu foco, o que pode incomodar e causar questionamentos sobre qual é a verdadeira intenção dos seus participantes. Mas isso funciona para tudo, não? Sempre há, no próprio grupo, quem desconheça o valor do movimento.

    Beijos!
    http://www.myqueenside.blogspot.com

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