A Literatura de Autoajuda e o Sofrimento da Sociedade.
Estava eu outro
dia em uma livraria para participar de um evento literário, quando naquele
momento pré-evento, em que os escritores e escritoras ficam trocando ideias
sobre (pasmem) livros, nos percebemos arrodeados por estantes de livros de
autoajuda. Nessa situação – romancistas cercados por autoajuda – era inevitável
que alguém perguntasse (ou insultasse rsrs): “O que vocês acham desses livros?”
“Podemos classificar como literatura ou apenas caça-níquéis?” Após um instante
de silêncio e entreolhadas as manifestações começaram: sim, não, talvez,
depende, não sei, quem sabe? Entretanto não se consolidou o debate, fomos
chamados para iniciar o evento e as opiniões ficaram resumidas àquelas
palavras, olhares, caras e bocas.
Porém,
eu tenho cá minhas impressões sobre o tema e vou dividi-las com vocês, mas peço
antecipadamente que aqueles que discordarem mantenha as pedras abaixadas e os
que concordarem... Bem, elogios são sempre aceitos e aumentam a autoestima sem nem
precisar ler autoajuda.
Mas,
antes, me permitam classificar o que é chamado de autoajuda pelo querido
Aurélio: Conjunto de técnicas, orientações, informações ou práticas que se
destinam à resolução de problemas de caráter psicológico através dos recursos
do próprio indivíduo. O Livro de Autoajuda, então, seria uma ferramenta onde
poderíamos encontrar as tais técnicas, orientações e informações para por em
prática e resolver todos os nossos problemas sozinhos. Já, na Literatura, nós podemos
entender de duas formas: a primeira com o sentido de um conjunto de obras
escritas de importância reconhecida para um país, época ou categoria, como, por
exemplo, o que se classifica de literatura médica ou literatura jurídica; a
segunda é como uma obra de arte, uma manifestação artística onde é registrada a
imaginação e criatividade de um artista: o escritor. Então a primeira pergunta
pode ser respondida: Autoajuda é literatura no sentido da palavra. Já como arte
pairam ainda algumas dúvidas, até porque a arte é atemporal, continua
maravilhando e modificando mentes para sempre e em geral, a literatura de
autoajuda é mais imediatista, está mais relacionada a problemas atuais
relativos ao trabalho ou as individualidades da sociedade pós-moderna. Porém, é
claro que existem livros de autoajuda que são atemporais, o mais famoso e
distribuído dos livros de autoajuda tem mais edições que qualquer romance da
Agatha Christie, que vendeu mais de dois bilhões de exemplares, somados todos
os livros em inglês e outros idiomas, ou do Livro Vermelho de Mao Tsé-Tung (900
milhões). Refiro-me a Bíblia com seis bilhões de cópias vendidas/distribuídas
no mundo todo.
Porém,
nos referimos aqui aos livros atuais e aos sofrimentos contemporâneos que
assombram os humanos do nosso tempo. Sofrimento que, segundo Freud surge do
corpo, do mundo exterior e dos relacionamentos. Embora existam novas angústias
e novos tipos de depressões na pós-modernidade suas origens, acredito,
permanecem as que Freud listou, especialmente dos relacionamentos, mas eu
acrescentaria a angústia consumista (ou da falta da capacidade de consumir),
sendo o consumo tratado como uma das maneiras de completude, de suprir a falta
do sujeito, e os shoppings como novos templos nos quais a sociedade adora novos
deuses. E aí para minimizar esses novos sofreres muitos “sofrentes” buscam
(além de ir às compras) ajuda na literatura de autoajuda, pílulas de sabedoria
que podem (ou não) diminuir o sofrimento.
No
fim das contas (ou do texto rsrs), precisarei esperar um novo evento para
continuar aquela conversa, mas, mesmo sendo psicanalista e acreditando que a
cura só acontece (quando acontece) após muito trabalho e dedicação das partes
envolvidas, eu não atearia fogo nas estantes que nos cercavam ameaçadoras
naquela livraria. Não diria a um amigo que não lesse autoajuda, afinal, se para
alguns parece bobagem sem benefícios, que não passam de um pouco de diversão e despertam
sorrisos de desprezo, para outros tantos o conteúdo embutido nos conselhos
desse tipo de literatura e a sabedoria dos autores (pelo menos de alguns deles)
pode fazer, sim, diferença e se através da leitura alguma melhora psíquica
surgir, mesmo que de forma efêmera, ótimo, afinal esse é o objetivo: aliviar o
peso do sofrimento que carregamos ou aprendermos a viver com ele. Abraços literários.
Bem, confesso que comigo os que li não funcionaram, era como se tivesse perdido meu tempo lendo aquilo... xD
ResponderExcluirmaaas, como vc falou, pra quem gosta, e encontra algo que satisfaça, ótimo...
Belo texto, Leonardo. Parabéns ^^
Oi parceiro! Bem eu não sou fã de auto-ajuda Leonardo, mas estendo seu ponto de vista, para algumas pessoas ele é de grande valia, há certos pontos que pessoas se identificam nos pontos apresentados em certos livros, assim como não será apenas os livros que o farão sair dos problemas, acho que a junção dos dois, psicologo ou outro especialista nisso com boas conversas e se a pessoa se sentir bem com um certo livro isso a faça melhorar.
ResponderExcluirMas a questão é, sem a ajuda não conseguiria sozinho, são raros os casos que isso acontece, então ali naquele momento tudo pode valer, tanto livro quanto a conversa, só basta a pessoa estar preparada e disposta a melhorar.
Ps.: Vou fazer psicologia também.
http://k-secretmagic.blogspot.com.br/
Xoxo
Que nem a maioria diz! Esse tipo de gênero não combina comigo... Não é por que ainda não li, mas eu acho que não me acertaria com esse tipo de livro.
ResponderExcluirAtenciosamente Um baixinho nos Livros.
Olá :) Gostei muito de ler a sua opinião, o texto ficou complexo e informativo, :)
ResponderExcluirEu não sou muito "fã" de livros de autoajuda, o gênero não faz muito o meu tipo, entretanto, existem algumas obras que chamam a minha atenção, já li alguns com ótimo conteúdo. :D
Abraço!! *-*
Blog: http://my-stories-wonderful-books.blogspot.com.br/
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Oi, tudo bem?
ResponderExcluirAutoajuda é um gênero literário que eu corro pra longe...rsrs
Confesso que não gosto desse tipo de leitura, mas não é porque não serve pra mim que não pode ser atraente e benéfica para outras pessoas! Cada um deve ler o que o faz bem e cabe aos demais respeitar os gostos alheios.
Beijos :*
http://www.livrosesonhos.com/
Oi!
ResponderExcluirNunca li nenhum livro de Autoajuda e confesso que não e um gênero que me agrade muito, mas como cada caso e um caso já vi muitas pessoas falarem que realmente Autoajuda, então não tenho nada contra autoajuda mas acho que como a literatura em si nem todos vão compensar a leitura !!!
Oiii
ResponderExcluirNão gosto muito de livros de autoajuda, mas esse parece muito interessante pra quem gosta.
Bjs.
Oi Leonardo, ótimo texto!
ResponderExcluirConcordo muito com você, não podemos desconsiderar esses tipos de livros como 'não literatura' ou atear fogo nas estantes, acredito que todo livro é livro, e realmente pra algumas pessoas esses textos ajudam muito, mas é claro que precisam de para sair de uma depressão e tals é necessário ajuda médica e tratamento, mas a curto prazo, é bom livro, que poucas pessoas gostam, mas toda leitura é válida
Bom, não sou fã de livros de auto-ajuda, pois para mim todos os outros gêneros já considero algo que sempre me faz bem. Mas de forma alguma eu as ignoro, pois essas obras podem e ajudam a muitos, e devemos sim, dar muito valor á eles.
ResponderExcluirGostei muito do post. Adorável.
Abçs!
Olá,Leonardo.
ResponderExcluirNão sou uma leitora de autoajuda, mas não tenho nada contra e tão pouco a favor.
Acredito sim que algumas pessoas podem ler esse tipo de obra e achar algum conforto que não mudará sua vida, mas já plantará uma semente para a mudança.
Lisossomos
Olaa
ResponderExcluirEu nunca li autoajuda e nem pretendo, não é um gênero que me atraia então vou deixar passar a dica
Beijos
Reality of Books
É um gênero do qual para mim, não faz diferença. Mas já li alguns e amei, que serviram naquele momento. As pessoas tem que estar de cabeça aberta para ler, aceitar e entender.
ResponderExcluirUm otimo post paraêns
http://odiariodoleitor.blogspot.com.br/
Gostei muito de aprender um pouco mais sobre os livros de autoajuda. É uma literatura que tem muitas controvérsias, mas alguns livros dá pra aprender bastante.
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