Resenha – Uma pequena casa de chá em Cabul
Uma
pequena casa de chá em Cabul, Deborah Rodrigues, 303 páginas, Editora Leya, é
uma poética teia em que mulheres se envolvem pela essência, elas têm um
passaporte, oferecido pelo destino, para um momento único e íntimo. Aos imediatistas,
não recomendo, mas para quem já aprendeu a degustar um bom vinho, pode se
deliciar. Além de ser uma leitura lenta, eu prolonguei o máximo, no intuito de
não se despedir daquelas mulheres.
Uma pequena casa de chá em Cabul - Sunny é a orgulhosa proprietária de uma pequena casa de chá no coração do Afeganistão e precisa de um plano genial – e rápido – para manter o local e os clientes seguros. Yasmina, uma jovem grávida que fora roubada de seu distante vilarejo e abandonada nas ruas violentas de Cabul. Candace, uma americana rica que finalmente trocou o marido pelo amante afegão, o enigmático Wakil. Isabel, uma jornalista determinada com um segredo que pode privá-la da maior reportagem de sua vida. Halajan, a “mãe” do grupo, uma idosa cujo antigo caso de amor vai contra todas as regras. Essa pequena casa de chá em Cabul atende homens e mulheres, expatriados, funcionários da ONU e mercenários; todos em busca de um momento de paz em uma região onde a tensão paira no ar e uma bomba pode explodir a qualquer momento, mas também se torna o cenário para o encontro dessas cinco mulheres que, mesmo tão diferentes entre si, compartilham segredos e tornam-se amigas com uma relação extraordinária.
Sunny é
a dona da casa de chá, apesar de não ser natural daquela região, se sente
estranhamente acolhida. O marido trabalha viajando, e eles se encontram raras
vezes durante o ano. Possuem um pacto que são livres para fazerem o que
desejarem, mas um não comenta com o outro.
Yazmina
ficou viúva e teve que ir à casa de um tio com a irmã mais nova, roubada, ela é
levada para ser vendida ou prostituída, no caminho, tentam violenta-la
sexualmente, mas ela está grávida, então a jogam para fora do carro e não
perdem a oportunidade de dar alguns chutes nas costas dela. Ela é encaminhada
para cuidados num hospital e lá conhece Sunny, que se compadece de sua
situação. Porém, uma mulher grávida nessa região sem marido, não tem muita
sorte. Nem a mulher e nem a criança.
Halajan,
a mais velha, doula, a mais sábia, viúva e apaixonada. Mulher de idade, com
dois filhos adultos e que vive em Cabul tomada pelo Talibã se apaixonar é um
risco muito grande. É mais que um escândalo, é uma afronta a moral.
Candance
é uma bela mulher que se apaixona loucamente por um homem mais jovem a ponto de
largar o marido, a grande questão é se esse homem também a ama ou se a estar
usando... ela também lida com questões da idade. Vaidosa ao extremo, aceitar
que a idade chega para os viventes é uma tortura. Isabel é a jornalista
destemida. Empenhada de mostrar a hipocrisia por trás do fundamentalismo
religioso que tem armas.
“Se todos têm uma arma, todos estão preparados para morrer.”
Mulheres
com histórias distintas, mas anseios iguais, num mundo dominado pelo fundamentalismo
religioso e homens machistas armados. Entre dor, guerra, mortes e sofrimento, a
casa de chá é um espaço de desabafos e risadas livres e descontraídas. A paz no
emaranhado do caos; uma partícula de beleza na destruição do ódio.
Não me
contive e fui pesquisar a Cabul antes e depois do Talibã, é impressionante a
mudança e pensei no Brasil. É impossível não pensar no Brasil. E hoje, enquanto
fazia esta resenha, vi a notícia da jovem que foi queimada viva por uma
multidão em Cabul, a história de Yazmina e de muitas mulheres na mesma situação
que a dela martelaram a minha mente, alma e estômago. Então, chorei... a
realidade e destruição que assolam aquele lugar é cruel, pensar e pesquisar
sobre isso, chega a dar arrepios.
Mas, a
emoção do final do livro enche nossos corações de esperança, como um suspiro
poético, misturado com chá e biscoito doces. Entre risos e lágrimas, foi
emocionante acompanhar cada uma dessas mulheres, que bem como Macabeia, ficarão
em mim talvez eternamente... Não esqueçam que é uma leitura para ser degustada, apreciada, cada segundo, se gosta de coisas aceleradas, talvez seja melhor respeitar o tempo do livro.
Oi Lilian! Puxa eu preciso ler esse livro. A personalidade dessas mulheres já me conquistou apenas com as citações, imagina quando eu ler o livro mesmo *-*
ResponderExcluirSempre gostei muito de histórias de época nesse estilo e acho que vou amar conhecer essas guerreiras :)
Parabéns pela resenha, abraços !
Oláá!
ResponderExcluirAinnnn nossa, eu ameeei!
OMG! Mais um livro para a listinha (que de "inha" não tem nada).
Amei sua resenha! Ah! Amei essa caneca da foto! <3
Muitos beijos e parabéns pelo trabalho!
Blog Cheiro de Livro Nacional
Lilian, que Livro é esse? Amei sua resenha, eu fiquei sem fôlego e extremamente motivada em lê-lo. Eu quero comprar o livro assim que tiver uma oportunidade. Anotado na minha lista. Amo livros com fundamentos reais. Obrigada por compartilhar. É linda suas fotos, deu um ar sofisticado.
ResponderExcluirBeijos
Daniela Corrêa
Http://danielacorrea2011.wordpress.com
Que lindo! Eu invejei demais esse livro quando você postou no Facebook .Huahauhahauhauhauha. Depois dessa resenha, então, eu tô chorando de vontade desse livro. Deve ser uma história forte demais. Beijos
ResponderExcluirOlha, admito que não me interessei pelo livro lendo apenas a sinopse... Mas fui lendo o resto da resenha e a forma como você escreveu me fez ficar cada vez mais interessada pela história! Ao chegar na sua observação final fiquei super curiosa e acho que o livro deve trazer uma história bem tocante, fiquei com bastante vontade de ler, parabéns pela resenha, ficou MUITO boa e me convenceu a ler <3
ResponderExcluirBeijosss!
MEU DEUS! QUE LIVRO E ESSE?
ResponderExcluirEu achei muito interessante mesmo a historia, sem duvidas ele vai entrar na minha lista.
Abraços!
http://lendocomobiel.blogspot.com.br/
QUERO LER AGORA!!! Sério.. mulher tu escreve muito bem uma resenha, fiquei arrepiada e totalmente comovida com a história. O sofrimento desse povo realmente é assustador, dói na alma da gente pensar que vivemos no paraíso se comparado com eles. Se bem que como você citou, é impossível não pensar no Brasil numa hora dessas. Adorei o texto e com certeza desejo esse livro o mais rápido possível.. super beijo!
ResponderExcluirMutações Faíscantes da Porto
Que história linda fiquei assim apaixonada inclusive pela resenha que já me fez sentar na mesinha li do canto observando a paisagem cheia de tanques e pessoas aos berros contrastando com a calma interna do lugar, dois universos tão distinto e ao mesmo tempo tão próximos e ligados.. parabéns amada pelo belo trabalho. bjs
ResponderExcluirhttp://florroxapoemasepoesias.blogspot.com.br/
eu fiquei louca pra ler esse livro, primeiro pq a capa e o título do livro me atraíram, e depois pelas histórias que ele traz... Gosto de pesquisar sobre a situação nesses países do Oriente, e me comovo e me sinto oprimida e incapaz de poder fazer algo... é uma triste realidade... :(
ResponderExcluirbjs, Li.
http://torporniilista.blogspot.com.br/
Oi Lilian, tudo bem?
ResponderExcluirPuxa vida, deve ser uma história tocante, vou deixar o nome anotado aqui que quando chegar o momento certo o lerei...
Bjs
A. Libri
Olá
ResponderExcluirNossa, que bom que o livro te tocou tanto, inclusive o final, eu já ouvi falar bastante dele algumas vezes, porém, nunca me despertou uma curiosidade muito grande, se eu tivesse oportunidade acho que arriscaria a leitura depois de ver os pontos positivos pela sua resenha hahaque está ótima por sinal ;)
http://realityofbooks.blogspot.com.br/
Catharina
Reality Of Books
Oiee!
ResponderExcluirNossa encantei aqui com o livro, do enredo a diagramação! Amo chás e já me imaginei tomando um chá lendo este livro hahahahah, amooo leituras assim que nos tocam e uma maneira surreal!!
Bjos
Aline Praça
www.leituravipblog.com
Hey, tudo bem?
ResponderExcluirNossa, adorei a profundidade que o livro deve proporcionar, além da discussão social e política, é claro. Levando esses dois aspectos em consideração fica claro o porque, como você disse, esse livro deve ser degustado. Imagino a emoção que ele deve causar.
Beijos.
Dois Dedos de Prosa
Olá, Lilian!
ResponderExcluirEsta é a primeira resenha que leio de Uma pequena casa de chá em Cabul.
Achei o conteúdo de grande sensibilidade e riqueza cultural. Além de ter achado linda a capa do livro.
Já fiquei querendo ler!
Beijos!
http://fabi-expressoes.blogspot.com.br/
gosto de livros que tem várias histórias e u ponto de encontro
ResponderExcluirfoi assim com rose harbor e eu acho que gostaria de ler esse livro
Oi Lilian!
ResponderExcluirTudo bom?
Não tinha ouvido falar desse livro ainda. Parece ser legal.
Vou dar mais uma procurada e acho que vou ler.
Beijos meu anjo...
Amo o seu blog <3