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Resenha: De volta à caixa de desejos – Ana Cristina Melo



De volta à caixa dedesejos, Ana Cristina Melo, Todesilhas, 301 páginas, é continuação de Caixa desejos. Posso garantir que não deixou a desejar. Os dois livros são maravilhosos e muito bem ambientados. Se no primeiro Marília é uma criança entrando na adolescência, no segundo, ela é uma adolescente entrando na vida adulta.

Prestes a completar 18 anos, Marília está no meio de um terremoto. Seus pais não param de brigar e parecem se encaminhar rapidamente para a separação. Como se isso não bastasse, sua própria vida emocional não anda lá muito tranquila. Às voltas com um namorado ciumento com quem não tem coragem de romper, ela vê nascer uma irresistível atração por outro garoto do colégio, enquanto enfrenta um estranhamento com a melhor amiga. Diante de tantos conflitos, só lhe resta apelar para a caixa de desejos que vó Laurinda lhe deixou antes de morrer e que sempre a ajuda a encontrar novos caminhos. Com um texto inventivo e saboroso, a escritora Ana Cristina Melo constrói com sensibilidade uma história envolvente de jovens reais e de sua passagem para a vida adulta, jovens que lutam para descobrir seu lugar no mundo: seus amores, suas paixões, sua vocação. 

         Para nosso gosto, os conflitos vividos por Marília estão dentro da faixa etária dela, nos dois livros. No primeiro a autora primou pela magia poética da pré-adolescência. Já o segundo nos remete a um universo mais visceral e agressivo, próprio do universo adolescente. Uma Marília desleixada e bagunceira, ainda romântica e apaixonada pela vida, cheia de problemas e, agora, amigas e um namorado ciumento.
         Depois do primeiro amor e de toda angustia que sofrida pela protagonista, ela conhece Rafael, aquele tipão, fisicamente falando, no entanto intelectualmente falando, o rapaz deixava a desejar. E muito, por sinal.
         O namoro não era aprovado pela família da moça, mas ela estava inebriada em meio a tanta beleza. Mas a beleza de Rafael não foi suficiente para manter o encanto quando ele deu o primeiro chilique de ciúmes, uma mostra do quanto ele poderia ser possessivo e violento.
Marília titubeava entre terminar o namoro e seguir sozinha sem um louco a tira colo. Até o dia em que conheceu Pedro, que a tirou de baita sufoco. Ele a convidou para irem ao cinema, e pasmem, eles estudavam na mesma sala e Marília nunca havia reparado. Pasmem mais um pouquinho, ele é um maior gato. Como alguém não vê um homem lindo a sua frente? Só podia ser Marília. Sentiu o drama? Ela é mega atrapalhada.
Apaixonada por Pedro, não foi nada fácil terminar com Rafael. E ainda tinha o novo processo que os pais estavam enfrentando, eles brigavam todo dia o tempo inteiro. Marília não tinha paz em casa. Até que anunciaram a separação. O pai de Marília também era ciumento, machista e possessivo, mas não agressivo. Não queria deixar a mãe dela trabalhar e deu um ultimato, se ela trabalhasse fora, ele sairia de casa. Bom, lógico que ela não o ouviu e foi trabalhar e ficou muito feliz.
O período de brigas entre os pais, fez com que Marília acabasse ficando mais amiga da mãe, sem aquelas brigas (naturais entre mãe e filha adolescente) e conhecesse mais a história das mulheres da própria família. E como tudo que está ruim tem 100% de chances de piorar, chega um primo distante, Joca, para morar por um tempo na casa deles. Esse primo veio cheio de segredos e mistérios.
Mas uma luz no fim do túnel começou se acendia e sua meia-irmã Francine voltava da França para morar no Brasil. Mas, como nem tudo são flores, além de um ‘ex’ possessivo, Marília descobriu que a melhor amiga Joana estava apaixonada por Pedro, seu mais novo amor.

Bom, acredito que já falei demais, agora tem que ler o livro e conhecer o desenrolar dessa aventura maluca que é o final da adolescência. E posso afirmar que vocês vão gostar.

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