Resenha - Como um romance, Daniel Pennac
Se tentarmos lembrar o
momento em que tomamos consciência do livro, muito mais do que puro material de
consumo, talvez não retornemos à nossa infância. Porém é nas histórias,
acompanhadas ou não de um livro, que vamos criando certa empatia por eles. Eles
que preenchem as estantes de livrarias e das bibliotecas. E a verdade é que se
incentivados, passamos de simples crianças a devoradores de narrativas.
“Cada leitura é um ato de
resistência. De resistência a quê? A todas as contingências.” 73p.
Daniel Pennac começa seu
livro nesses quinze minutos que um pai dedica para contar uma história ao filho.
Leitura que toma a infância da criança para mundos fantásticos e imaginários.
Contudo esse prazer sofre influência externa e interna. Um leitor pode se
abater com o medo dá não compreensão e recusar a leitura de Ulysses, James
Joyce, por exemplo. Realidade que acompanhamos nas escolas de ensino médio nos
estudos literários, onde os professores enfocam os clássicos.
Um dos personagens do enredo
de Pennac está na página 48 de Madame Bovary, precisa lê-lo em quinze dias e
para ali para contabilizar as possibilidades de término. Ele pretende
reconciliar com o antigo hábito de ler, lembrado constantemente pelos pais.
Essa é uma das narrativas que o autor escreve para enfatizar o papel da
literatura na sociedade.
“Como um romance” (Tradução:
Leny Werneck. L± Rio de Janeiro: Rocco, 2011. 152p.) trata dessa leitura
de obrigação, tanto em casa como na escola, da necessidade de compreensão do
seu leitor e de como este sofre com os questionamentos. O que achou desse livro
que leu? Quem nunca ouviu essa pergunta? Se você é desses que prefere ficar
calado, Daniel Pennac institui como direito do leitor calar. Ele também aborda
o livro no ambiente escolar e apresenta a visão de um professor de literatura
diante de seus alunos.
“Não se fará nunca um menino
entender que a noite fica bem no meio de uma história cativante, não se fará
jamais que ele entenda, por uma demonstração só para ele mesmo, que é preciso
interromper sua leitura e ir se deitar.” Kafka
Pennac nos permite uma
leitura agradável sobre a arte de ler. Os amantes de livros com certeza
encontrarão um ambiente palpável, digno de grandes referências da literatura
mundial. Lerão sobre si mesmos no simples movimento de virar a página. E para
aqueles que abandonaram ou dizem não ler terminarão o livro com uma sede de Tostói,
Dostoievski, Dickens...
Divertido, o autor nos deixa
os diretos dos leitores que deve ser passado àqueles que pretendem embarcar nos
dramas, romances, aventuras...
Direitos
do Leitor:
1. O
direito de não ler.
2. O
direito de pular páginas.
3. O
direito de não terminar um livro.
4. O
direito de reler.
5. O
direito de ler qualquer coisa.
6. O
direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível).
7. O
direito de ler em qualquer lugar.
8. O
direito de ler uma frase aqui e outra ali.
9. O
direito de ler em voz alta.
10.
O direito de se calar.
Por R.S.Merces
Oi.
ResponderExcluirBom não sei se leria este livro apesar de ter ficado um pouco curiosa. rs
Mas espero ler e gostar.
E sim todos temos o direito de escolher uma das opções.
Beijos da Fê :*
http://fernandabizerra.blogspot.com.br/
Oi Lilian!
ResponderExcluirNão conhecia este livro, mas agora fiquei curiosa! Parece uma abordagem interessante e bem humorada da leitura como um todo... Adorei! =)
Bjus,
Paty Algayer - http://www.magicaliteraria.com/
não conhecia o livro e pelo post me deixou bem curiosa, gostei muito ... bacana
ResponderExcluirAmei essa coisa de direitos do leitor, eu particularmente assino em baixo!
ResponderExcluirMuito bom!
Não li ainda o livro mas pela resenha pensei nele mesmo como uma intertextualidade... Eu super concordo com os direitos dos leitores :D
ResponderExcluirfiquei bastante intusiasmada , gostei demais do post ... interessante
ResponderExcluirNão me agradou muito o que esse livro quer passar, também não me agradou a capa, achei um simples estranho...
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